O tema que vou tratar aqui pode ser doloroso para muitos, mas é meu dever escrever sobre ele. Conforme estudo feito pelo Datafolha em 2020, os brasileiros ligam as finanças pessoais a sentimentos ruins e perpetuam tabu sobre dinheiro e patrimônio.
É de como o brasileiro trata sobre a sua relação emocional com o dinheiro.
No cenário do agronegócio, a situação não é diferente: a maioria tem dificuldade em lidar com assuntos ligados às finanças e patrimônio, e metade evita pensar para não ficar triste e desgostoso.
O medo de encarar a realidade pode trazer sérios problemas. Acreditam que os assuntos se resolverão por si só, mas não é isso que ocorre.
Adiar decisões financeiras importantes afetam a vida das pessoas. Desorganização financeira, excesso de dívidas e problemas de sucessão familiar são os maiores problemas que presencio nos lares dos produtores rurais.
Não é fantasia, é vida real. É o que vejo nos mais de 15 anos vivendo o dia a dia no agro.
Infelizmente alguns casos chegaram ao extremo: pessoas que atentaram contra suas vidas, que adoeceram e brigaram com seus entes queridos, aqueles que devem ser o ponto de apoio em todos os momentos da vida.
Percebem que ao falar de dinheiro e patrimônio envolve mais o lado emocional que o racional?
Eu defendo a inteligência emocional do produtor rural ao lidar com as finanças no campo, e você?
E aliado ao domínio das emoções, defendo também que busquem os mecanismos legais e de aconselhamento para blindagem do seu patrimônio, para evitar dissabores entre os familiares.
Por isso que existem serviços à disposição das famílias, como os planejadores financeiros, contadores, advogados que abordam questões de finanças, patrimônio e sucessão.
Acredita ou não?
É um desabafo de quem se importa com o produtor rural e seus familiares.
José Luís Bassani é economista, professor universitário e planejador financeiro pessoal com foco em planejamento patrimonial e sucessório para produtores rurais.
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