Desde criança, aprendemos com as nossas famílias o valor a ser dado ao dinheiro. Aprendemos vários significados sobre o dinheiro, mas basicamente aprendemos que ele representa uma moeda de troca por meio da qual trocamos o nosso trabalho por um punhado de dinheiro.
Não vou entrar no detalhe do valor que damos ao nosso dinheiro, pois isso é uma opinião muito particular. Contudo, assim como a grande maioria das pessoas, entendemos que, com dinheiro, trocamos tudo aquilo que temos habilidade de produzir trabalho por dinheiro, para então comprarmos aquilo de que não possuímos habilidade ou recursos para produzir.
Na Antiguidade, povos faziam essa troca diretamente por meio do escambo, ou seja, a troca de trabalho ou produtos por eles produzidos por outros trabalhos ou produtos que se almejava adquirir. Com o advento da moeda fiduciária e das instituições bancárias essa troca entre pessoas foi facilitada por meio da transferência de dinheiro entre os bancos, e atualmente, com o PIX nem precisamos mais levar o dinheiro nas nossas carteiras. Basta estarmos conectados na internet para realizarmos todo e qualquer tipo de transação bancária.
O que raramente nos foi ensinado é que todas essas transações, tanto para vender o nosso trabalho como para comprarmos os produtos de que precisamos, são cobrados impostos sobre essas transações e quando fazemos o imposto de renda anualmente. Também não vou entrar na ceara da discussão se os impostos são válidos ou não, apesar de achar que não necessários e que tem o potencial de agregar valor na sociedade desde que bem investidos em infraestrutura e educação em massa.
Mas pagar impostos de forma desnecessária é um desperdício dos recursos que levamos muito tempo para acumular ou das muitas horas de trabalho.
Por este motivo é importante conhecermos os detalhes da nossa legislação para evitarmos o pagamento desnecessário de imposto, pois dar ao governo é fácil, mas depois pedir o ressarcimento por algum erro nosso é quase que um processo. E se erro foi pagado menos imposto, também recebemos uma multa sobre o valor devido, no melhor dos casos.
Ter conhecimento da forma como os tributos são cobrados é importante na hora da escolha de um segundo emprego, por exemplo, pois dependendo do montante total dos salários que recebemos como pessoa física podemos mudar de faixa de tributação e o imposto retido das fontes pagadoras não ser o suficiente para recolher todo o montante de impostos.
A depender do benefício que recebemos, este pode ser taxado ou não, dependendo da rubrica com que é lançado no nosso contracheque. Também temos alguns incentivos tributários, como a venda de até R$ 20.000,00 por mês em ações com isenção de impostos. A cobrança de imposto sobre a venda de um imóvel caso não utilizemos o valor para a compra de outro imóvel dentro de um prazo de 180 dias, enfim, existem uma série de regras que se bem utilizadas, podem nos favorecer, reduzindo o montante de tributos que pagamos sem cometer nenhum tipo de infração, favorecendo assim o incremento das nossas finanças pessoais e auxiliando o nosso planejamento patrimonial.
David Pascoal Sudaia é engenheiro mecânico e mestre em Ciência e Tecnologia de Polímeros.